Algumas pequenas lesões na pele, que podem estar presentes ao nascimento ou aparecer com o passar do tempo, mesmo quando benignas, podem ter indicação de serem retiradas cirurgicamente, mesmo não representando ameaça à vida, por causarem desconforto, por razões de confirmação diagnóstica ou por motivos estéticos. Em alguns casos mais simples, a indicação pode ser apenas o tratamento com medicamentos, laser ou outros procedimentos menores, sendo recomendado acompanhamento médico posterior, para observar como a lesão evoluirá e se certificar de que não existirá retorno do crescimento.
A decisão de fazer ou não uma cirurgia é tomada somente após a avaliação médica mais detalhada do paciente em uma consulta, com o exame minucioso da lesão, especialmente para determinar a possibilidade de o tumor ser maligno ou de tornar-se maligno no futuro.
Na maioria das vezes, a cirurgia de retirada de uma pequena lesão benigna de pele se trata de um pequeno procedimento cirúrgico, que pode ser realizado sob anestesia local, sem a necessidade de internação hospitalar, com duração em torno de uma hora. A cirurgiã plástica Dra. Denise da Mota explica que todas as lesões retiradas cirurgicamente são encaminhadas para exame histopatológico, realizado em um laboratório de anatomia patológica, que definirá a natureza da tumoração e se o tratamento foi curativo, com a retirada da lesão por completo, ou se haverá necessidade de algum procedimento complementar.
PÓS-OPERATÓRIO
Normalmente, não há tantas restrições no pós-operatório e o paciente pode voltar à sua rotina normal em poucos dias. Inicialmente, pode ocorrer edema (inchaço) e equimose (manchas roxas) e, posteriormente, pode-se notar um endurecimento na área operada decorrente da cicatrização interna, que tende a melhorar progressivamente dentro de três a seis meses. As orientações sobre o curativo e os cuidados com a ferida operatória são dadas imediatamente após a cirurgia, e dependerão do tipo de lesão e da região operada. Comumente, os pontos são retirados de 7 a 14 dias após a cirurgia. Além disso, está indicado proteger a cicatriz da exposição solar direta por dois meses, usar filtro solar e retornar à atividade física entre três a sete dias após o procedimento. Apesar da praticidade, é importante observar todos os cuidados, bem como seguir todas as recomendações médicas.
As complicações e riscos da cirurgia podem variar de acordo com as características específicas de cada paciente e com o procedimento a ser realizado. Em geral, os riscos mais comuns, porém baixos, são: infecção; sangramento; hematoma; má cicatrização; deiscência (abertura de pontos); cicatrizes inestéticas; e necrose (perda da vitalidade) do tecido.
As lesões benignas de pele mais comuns são:
– Nevos melanocíticos: popularmente conhecidos como pintas, são lesões planas ou elevadas, arredondadas. Sua cor varia desde a cor da pele, até o marrom ou o preto. Podem ser de nascença ou adquiridos.
– Ceratoses seborreicas: lesões acastanhadas, bem delimitadas e ovaladas, com superfície aveludada, verrucosa ou descamativa.
– Cisto epidérmico: popularmente conhecido como cisto sebáceo. Nodulação cor da pele, mais comum no dorso, que pode possuir um orifício por onde drena uma massa de mau cheiro. Pode infeccionar causando inflamação, dor e produção de pus. É muito importante não os espremer, nem furar, porque isso pode causar infecção e migração de bactérias para outros órgãos.
– Dermatofibroma: lesão nodular pequena, endurecida, geralmente mais escura do que a cor da pele normal. Pode aparecer após picadas de insetos ou outros pequenos traumas, mais em mulheres, principalmente nas pernas.
– Xantelasma: placas amareladas que ocorrem nas pálpebras, decorrentes de depósito de gordura.
– Acrocórdon: lesão flácida, pediculada, pequena, geralmente surge no pescoço e nas axilas. Pode ser única ou em grande número, com cor da pele, marrons ou escuras. Quando estão localizadas entre as coxas, podem crescer. As maiores também são chamadas de fibroma mole.
– Angioma rubi: pequenas “bolinhas” vermelhas, que geralmente aparecem no adulto, principalmente no tronco, aumentando em tamanho e quantidade com a idade.
– Verruga vulgar: lesões causadas pelo vírus HPV, únicas ou múltiplas, com aspecto arredondado, vegetante, consistência dura, assemelhando-se a uma couve-flor. É muito comum nos dedos das mãos. Quando acometem a planta dos pés, geralmente são planas e confundidas com calos. Na face pode apresentar aspecto pontiagudo, lembrando um pequeno chifre (verruga filiforme).
– Siringoma: tumor derivado dos ductos de glândulas sudoríparas, com tendência genética, mais frequente em mulheres. As lesões são pequenas (2 a 5 mm), cor da pele ou amareladas, um pouco elevadas e de consistência levemente endurecida, poucas ou numerosas, mais frequentes nas pálpebras inferiores.
– Milium: minúsculo cisto na superfície da pele, amarelado ou esbranquiçado, mais comum na face, podendo ser único ou múltiplos.
– Leucodermia gutata: conhecida popularmente como sarda branca, são pequenas manchas claras, causadas pelo dano solar ao longo dos anos, variando de 1 a 5 milímetros, comuns nos braços e nas pernas.
Então, você conseguiu identificar se possui alguma delas? Se sua resposta foi sim, consulte um especialista.
FALE COM A DOUTORA
Caso você tenha alguma dúvida sobre Tumores Benignos de Pele, não tenha receio de perguntar. Esclareça suas dúvidas sobre Pequenos Procedimentos Cirúrgicos com a Dra. Denise da Mota, estamos prontos para fornecer todas as informações necessárias e sanar possíveis dúvidas.